domingo, 15 de julho de 2012
O Coração Espiritual
"Este Brahman é puro brilho, residindo na cavidade do coração. Ele é o grande suporte de todas as coisas. Nele estão centradas todas as coisas moventes. O discípulo que O conhece em seu Ser percebe que Ele é o grosseiro e o sutil, é o adorável, o supremo, situado além do entendimento das criaturas.”
"Brahman brilha vasto, auto-luminoso, inconcebível, sutil dentro dos sutis. Ele está além do que está além, mas, está aqui, ao alcance da mão. Na verdade, Ele pode ser visto aqui, morando na cavidade do coração dos seres conscientes.”
"Àquele que conhece tudo e percebe todas as coisas, pertence toda a glória do mundo; Ele, o Atman, está localizado na fulgente morada de Brahman [o coração]. Ele assume a forma da mente e conduz o corpo sutil, após a morte, ao corpo denso. Ele reside no corpo físico dentro do coração. Conhecendo Aquele que brilha e que é o imortal Atman, o sábio a Ele pertence, Ele que está em todas as coisas.”
(Mundaka Upanishad)
"...que o coração físico esteja do lado esquerdo, é indiscutível. Porém, o coração de que falo fica do lado direito. É a minha experiência. O cosmos inteiros está ligado a um pontinho no coração. O coração não é um lugar. Olhe para dentro. O coração não é físico. É o ponto central de onde surgem todas as coisas.No coração podemos encontrar nosso laço indestrutível com o universo cósmico. E, uma vez que sentimos nele esse universo como presença viva, nossa consciência se eleva muito acima do egoísmo. Advém-nos uma satisfação interna que é completa em si mesma e que nada tem a ver com as circunstâncias externas da vida.Quanto mais interiorizamos a atenção, mais nos deixamos atrair e guiar por essa imensa e misteriosa presença espiritual que reside no coração."
"De modo semelhante, Deus, dizem, mora no Coração. O Coração não é um lugar. Algum nome deve ser dado à moradia de Deus em razão de pensarmos que somos o corpo. Esse gênero de ensino tem significado somente para quem aprecia o conhecimento relativo. Deus, sendo Imanente em toda parte, não tem lugar específico para Sua morada. Por pensarmos estar no corpo, também acreditamos que nascemos. Entretanto, não pensamos no corpo, em Deus ou em nosso método de realização quando estamos dormindo profundamente. E mais, quando estamos acordados, tomamos posse do corpo e pensamos que nele estamos. Paramatma é isso de que o corpo nasce, em que ele vive e dentro do qual ele se dissolve. Nós, todavia, pensamos que residimos no corpo. Assim sendo, haverá quem ensine tais coisas daí por diante? O significado do ensino é o seguinte: "Olhe para dentro". O "Coração" não é fictício. A meditação não deve ser mantida nem à direita nem a esquerda e sim, unicamente no SER. Cada um sabe "eu sou". Que é esse "eu"? Tampouco seria fora ou dentro, nem à direita nem à esquerda. Esse "eu sou" é tudo. O Coração é o ponto central do qual surgem todas as coisas. Por isso é que você vê o mundo, o corpo, etc., dizem haver aí um centro a que chama Coração. Mas, quando realmente queremos Nele estar, percebemos que o Coração não é nem o centro, nem a circunferência, mais nada havendo então."
(Ramana Maharshi)
"[o coração é]o lugar onde se alçam os raios da lua e a abertura das portas (da Realidade) para o místico.”
(J. Rûmî, Fonte: Masnavi, II, 165)
“Eu estou cego e não vejo as coisas destes mundo; mas quando a Luz desce do Alto e ilumina o meu coração, então vejo, porque o Olho do coração tudo vê. O coração é um santuário no centro do qual existe um pequeno espaço onde o Grande Espírito vive, e este espaço é o Olho. É o Olho do Grande Espírito, com o qual Ele vê todas as coisas e através do qual nós O podemos ver. Se o coração não é puro, o Grande Espírito não pode ser visto, e a alma daquele que morre nesta ignorância não pode regressar imediatamente para o Grande Espírito, ela terá de ser purificada através da vivência na terra. Para conheceres o centro do coração onde reside o Grande Espírito terás de ser bom e puro e viver da forma que o Grande Espírito nos ensinou. O homem que for assim puro contém o Universo no espaço do seu coração.”
(Alce Negro, chefe sioux)
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